Sobre o encontro com o meu maior inimigo
Há mais ou menos 8 anos atrás, eu chegava em Brasília. Franzino e assustado com a imponência da capital federal, eu tentava entender como funcionava aquele mundo novo cheio de éles e dáblios. Tentava me inserir no contexto das superquadras, dos superblocos, dos superpoderosos políticos. Adentrava um mundo que, no final, entraria no meu coração mais do que imaginava.
O pacifista e franzino menino de Belo Horizonte, que morava em Recife e estudava no Colégio Militar havia sido transferido junto com o seu pai, sua mãe, seu irmão, mas não o cachorro. E estava empolgado com o tamanho da escola que o aguardava, na cidade cartesiana. O Colégio Militar de Brasília, um dos maiores do Brasil, era tão grande quanto o nome da cidade que o abrigava. E, no alto da minha ingenuidade, tentava, sem muito sucesso, me acostumar com as suas instalações.
No primeiro dia de aula, aquele inferno. Corria, me escondia, me achava. E achava meus companheiros. Meus queridos companheiros de 7ª série do ensino fundamental. Porque já era fundamental, na época. Todos eles são lembrados com orgulho. Menos um.
Esse um chamava-se Bruno. Jovem delinqüente de classe média, que aproveitava do seu status perante os mais fortes da série para zombar e surrar aqueles que se desvencilhavam do grupo. E isso, no final das contas, me incluía. Todo dia, me fazia tremer a possibilidade de encontrar com ele no colégio. Pedia a todos os santos para que ele contraísse o Ebola e nunca mais, nunca mais mesmo, voltasse para a Terra. Mas ele voltava, saudável. E continuava a me importunar. E os professores, aqueles que eram pagos para dar boa educação para aquelas jovens promessas, faziam vista grossa. E eu sofria, e juntava todo o meu ódio e repúdio contra aquele maldito.
Passaram-se 3 anos desde que eu saí do Colégio Militar. Agora, finalizando a faculdade, com um pouco mais de inteligência e força do que quando cheguei nessa casa. E, 7 anos depois do ano sombrio, eis que surge aquele infeliz novamente. E no lugar mais impróprio: no parque da cidade, enquanto eu me exercitava.
- Eu te conheço de algum lugar, disse ele, com um sorrisinho sarcástico na cara.
- Da 7ª série, eu disse. Turma 711.
- Ah é, é verdade. Caramba cara, você mudou!, demonstrando que a mentalidade ainda continua de menino de 7ª série. A inteligência não mudara, afinal.
Agora que tenho mais inteligência, mais força e a possibilidade de adquirir uma arma de fogo, ele não chegou nem perto. Aliás, foram poucas palavras trocadas. E ele foi embora, levando consigo todo o meu repúdio e todas as pragas invocadas. Ainda quero que você morra, seu desgraçado. Lentamente, sufocado e com hemorragias.
O pacifista e franzino menino de Belo Horizonte, que morava em Recife e estudava no Colégio Militar havia sido transferido junto com o seu pai, sua mãe, seu irmão, mas não o cachorro. E estava empolgado com o tamanho da escola que o aguardava, na cidade cartesiana. O Colégio Militar de Brasília, um dos maiores do Brasil, era tão grande quanto o nome da cidade que o abrigava. E, no alto da minha ingenuidade, tentava, sem muito sucesso, me acostumar com as suas instalações.
No primeiro dia de aula, aquele inferno. Corria, me escondia, me achava. E achava meus companheiros. Meus queridos companheiros de 7ª série do ensino fundamental. Porque já era fundamental, na época. Todos eles são lembrados com orgulho. Menos um.
Esse um chamava-se Bruno. Jovem delinqüente de classe média, que aproveitava do seu status perante os mais fortes da série para zombar e surrar aqueles que se desvencilhavam do grupo. E isso, no final das contas, me incluía. Todo dia, me fazia tremer a possibilidade de encontrar com ele no colégio. Pedia a todos os santos para que ele contraísse o Ebola e nunca mais, nunca mais mesmo, voltasse para a Terra. Mas ele voltava, saudável. E continuava a me importunar. E os professores, aqueles que eram pagos para dar boa educação para aquelas jovens promessas, faziam vista grossa. E eu sofria, e juntava todo o meu ódio e repúdio contra aquele maldito.
Passaram-se 3 anos desde que eu saí do Colégio Militar. Agora, finalizando a faculdade, com um pouco mais de inteligência e força do que quando cheguei nessa casa. E, 7 anos depois do ano sombrio, eis que surge aquele infeliz novamente. E no lugar mais impróprio: no parque da cidade, enquanto eu me exercitava.
- Eu te conheço de algum lugar, disse ele, com um sorrisinho sarcástico na cara.
- Da 7ª série, eu disse. Turma 711.
- Ah é, é verdade. Caramba cara, você mudou!, demonstrando que a mentalidade ainda continua de menino de 7ª série. A inteligência não mudara, afinal.
Agora que tenho mais inteligência, mais força e a possibilidade de adquirir uma arma de fogo, ele não chegou nem perto. Aliás, foram poucas palavras trocadas. E ele foi embora, levando consigo todo o meu repúdio e todas as pragas invocadas. Ainda quero que você morra, seu desgraçado. Lentamente, sufocado e com hemorragias.
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