Tuesday, March 22, 2005

Sobre museus no Ceub

O Ceub é um lugar muito peculiar e divertido. Para falar a verdade, eu acho que tem mais coisas pra fazer lá dentro do que no plano piloto inteiro - de vez em quando até montam boites itinerantes pelo campus, atrapalhando as aulas dos alunos porque, convenhamos, aula não serve pra nada e ninguém está lá para aprender.

Enfim. Ao lado do Bloco 3 (Direito, Letras e outros cursos que são tão irrelevantes que nem merecem ser mencionados aqui), há um museu entitulado Museu Vivo do Cerrado. É um museu que não tem a mínima cara de museu. Mas isso também não importa, porque ninguém está lá para aprender e muito menos visitar museus.

Hoje eu estava voltando ao estacionamento e passei pelo museu que não é museu. Comecei a reparar nas placas.

A primeira placa dizia: "Rochas Sedimentares".

Estranhei. Afinal, se era um museu vivo, pelo menos alguma coisa viva deveria ter. Mas daí eu pensei que talvez fosse apenas a primeira placa, e nas outras haveriam os nomes das plantinhas.

A segunda placa dizia: "Minerais".

É. Definitivamente o Ceub não é um lugar para aprender e MUITO MENOS para ter museus.

Friday, March 18, 2005

Sobre diálogos entre pai e filho

- Pai, me diz uma coisa.

- Fala.

- A ECEMAR (Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica) vale como mestrado, segundo o MEC?

- Não, só a escola do Exército por enquanto.

- Ah, e você seria mestre em quê?

- Em ciências militares.

- Ah sim, então você seria MESTRE EM SER MILICO? Que merda hein.

- Pois é.

Para vocês verem como é bom ser feliz no que se faz na vida.

Wednesday, March 09, 2005

Sobre relacionamentos na TV

Engraçado como ultimamente tem crescido exponencialmente o número de programas televisionados que utilizam os relacionamentos amorosos como uma forma de entretenimento.

É conhecido que todo relacionamento tem sua mistificação e os seus desafios. Há todo um processo incluso: vestimentas, locais corretos, papos pertinentes e convincentes. Se não fosse assim, não seria divertido, oras.

Seguindo essa linha, eu consigo enumerar três tipos de programas que tratam de relacionamentos. Ei-los:

1) Aqueles que utilizam pessoas que geralmente são tímidas, que não possuem nenhum tipo de habilidade na "arte da guerra". O que eles fazem, geralmente, é fazer com que uma pessoa A se encontre com uma pessoa B e que, utilizando alguns desafios, a pessoa A acabe vencendo sua timidez e sua completa falta de habilidade na arte da conquista e fique com a pessoa B.

2) Aqueles que utilizam pessoas que possuem algum tipo de habilidade no ritual de acasalamento e criam uma competição. Funciona da seguinte maneira: Duas pessoas, A e B, utilizam de suas táticas de convencimento para tentar conquistar uma pessoa C. No final do programa, a pessoa C escolhe qual foi o melhor e fica com o de cujus.

3) Aqueles que utilizam a ardência do relacionamento para fins de ibope. Exemplo clássico: Big Brother.

Se você for uma pessoa mais inteligente do que um símio, vai acabar tirando algo disso tudo (ao invés de ficar apenas fazendo comentários cretinos do tipo "Ah, você viu que fulano beijou cicrano?", porque isso é o cúmulo da estupidez, digna de repressão moral e exclusão social). Vai perceber que, no final das contas, o que importa é auto-confiança. Se você confia na sua capacidade, o resto é um grande nada; o mundo vira a sua arena, onde você é o grande imperador.

Friday, March 04, 2005

Sobre uma coisinha

"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"

Já fazia um tempinho que queria colocar isso aqui. Sei lá, acho que tem algo pertinente com o momento.

Tuesday, March 01, 2005

Sobre sentimentalismo

Não costumo a escrever aqui no diário sem estar psicologicamente equilibrado para tal. Não. Sentimentalismo acaba por gerar relações de identificação e julgamento, e não é nosso objetivo aqui. O negócio é expor idéias.

Acontece que não ando me sentindo bem ultimamente. E, ao mesmo tempo que faltam-me idéias, sinto-me na obrigação de dar alguma justificativa, já que essa ausência aqui no blog me incomoda.

Meus problemas, atualmente, são mais complexos do que se pode imaginar. Involvem um misto de relações intrapessoais com relações interpessoais. Aliás, para ser franco, relações pessoais sempre foram um negócio complicado: você nunca consegue prever a ação do outro. Sempre há uma reação inesperada, sempre há uma surpresa. Principalmente quando você gosta de uma pessoa mais do que deveria.

Engraçado esse tal de amor. Ao mesmo tempo que você quer ter uma pessoa ao lado, você quer dar liberdade o suficiente para que ela se resolva e se decida. E, enquanto isso acontece, você sofre. E, na medida que você sofre, você começa a pensar se tudo isso vale a pena mesmo, se você não está jogando todo o seu tempo no lixo. Mas, quando se reencontram, todos esses pensamentos evaporam, e você quer simplesmente viver os prazeres que o relacionamento te proporciona.

Eu já tive meus sentimentos jogados no lixo por várias vezes. Não porque eu quisesse, mas pelo simples fato de que eu não consigo gostar pouco de uma pessoa. Quando eu sinto uma atração, eu invisto, me entrego, faço de tudo para que essa pessoa se sinta bem ao meu lado. Queria eu poder dar ordens aos meus sentimentos.

Mas isso machuca. E dói pra caralho. E faz você questionar se você deveria gostar das pessoas tanto quanto você costuma a gostar. E, ultimamente, tenho pensado nisso e tirado muitas conclusões a respeito. Muitas delas são conclusões paranóicas, mas a maioria tende a ser racional.

Ando estupidamente nostálgico. E me pergunto, todos os dias, onde foi que a pessoa que por último eu entreguei o meu coração enterrou ele. E se enterrou muito fundo.