Monday, January 30, 2006

Pink Floyd

Acho que o mais me encanta em Pink Floyd é a diferença do estilo. Nada se aproxima ao rock (dito progressivo para alguns, mas que para mim é algo diferente) que eles tocam. Tudo bem, os Beatles também tinham seu estilo único e que ninguém chegava perto de se assemelhar, mas Roger Waters, David Gilmour, Syd Barret e os demais tinham muito valor.

Acho que o grande encanto da banda não é só a parte instrumental. As letras, que são desafiadoras para o entendimento de muitas das cabeças pequenas que pululam por aí, são magníficas. Aliás, a dupla Waters e Gilmour realmente possuía talento nesse negócio de compor. E, mesmo após o término da banda, as letras posteriores continuaram a ter seu lado misterioso, empolgante e louco.

Mês passado eu tive a oportunidade de adquirir o DVD David Gilmour in Concert, estrelado pelo já velho e caquético ex-vocalista da banda. Mas, cara, ele é um velho caquético que tem uma voz absolutamente do caralho. Impressionante como, mesmo após todos esses anos ele, consegue cantar como se estivesse nos anos 70. High Hopes simplesmente dá espasmos orgásticos de tão boa, principalmente quando acompanhada pela bela do cello e o pianista.

É uma pena que uma banda, que ao meu ver é inigualável em seu estilo, terminou por questões egocêntricas. Aliás, o fim da banda como um todo é uma coisa difícil de entender. Talvez eu ainda perca muito tempo matutando sobre isso, já que esta é uma questão que vale a pena de verdade. Mas, enquanto isso, nada melhor do que escutar um pouco de The Division Bell, The Dark Side of the Moon, Wish you Were Here, Meddle e, é claro, The Wall.

Friday, January 27, 2006

Clima

As pessoas podem falar o que quiserem, mas uma coisa é certa. O relógio do mundo já está rodando. Não há nada mais certo do que a mudança do clima global.

Citemos, por exemplo, os furacões, já que está na moda.

Ínicio do momento cultura inútil

Antes de falar sobre furacões, expliquemos como eles funcionam. Furacões são fenômenos atmosféricos que se formam em regiões de baixa pressão. Surgem como depressões tropicais e, a medida que os ventos começam a girar, se tornam tempestades tropicais. Quanto mais os ventos giram, mais a pressão interna diminui. Quanto menor a pressão, mais forte será o furacão. Geralmente, quando eles atingem a categoria de furacão, a pressão está menor que 1000mb (milibars, não sei como se transforma isso, não sou físico ainda). Se você quiser saber mais, entre neste site.

Tá Thiago, você falou, falou, enrolou e não chegou a lugar nenhum. Não explicou o que isso tem a ver com o aquecimento global. Enfim, o negócio é que um furacão se “alimenta” das águas quentes do oceano. É aquele ciclo que você aprende nas aulas de Geografia, na 4ª série: ar quente sobe, ar frio, mais pesado, desce. É assim que funciona.

Ano passado foi a época que mais teve tormentas tropicais, 27 no total. 3 delas se tornaram grandes furacões, chegaram à categoria 5 na escala Saffir-Simpson, (Esta escala é utilizada para medir a intensidade dos furacões e vai de 1 a 5. Logicamente, a 5 é a mais destruidora), Katrina, Rita e Wilma. O Katrina foi o que mais causou destruição porque chegou em terra como categoria 4 (contra 3 dos outros, apesar do Wilma ter atingido Cancun como categoria 4). Mas o Wilma bateu o recorde de pressão interna, 889mb se não me engano.

Legal, né? Pode ir tirar uma onda com seus amiguinhos agora, já que esse é um conhecimento imprescindível para continuar sua vida, principalmente aqui em Brasília, terra dos furacões.

Fim do momento cultura inútil

Aonde eu quero chegar com tudo isso é bem simples. Ano passado tivemos, além da maior temporada de tormentas, o furacão mais intenso. Alguns cientistas vêm dizer que isto é um ciclo, que depois melhora. Placebos. Os americanos que se preparem, porque vai haver muitos Katrinas nos próximos anos, tenho absoluta certeza.

Trazendo para mais perto da realidade brasileira. Em 2004, tivemos nosso primeiro furacão (que alguns querem chamar de Ciclone, mas que se você observar as fotos, era um furacão categoria 1). Além disso, tornados no sul. Ta cansado de me ver falar de furacões e tormentas relacionados ao vento? Pois bem, algo que é mais preocupante, então: já temos mais de 2 semanas de Sol em Brasília no meio de janeiro! Se existe sinal mais assustador que esse, por favor, não deixe de se manifestarem nos comentários.

Nevascas matando pessoas na Europa. Calor matando pessoas por todo o hemisfério sul. O relógio está rolando. Quanto tempo ainda resta?

Thursday, January 26, 2006

Capital

Acho que o que falta aqui em Brasília é uma atividade cultural decente, livre dos estigmas que a cidade carrega. É bem visível que aqui é tudo baseado na politicagem e pela grana que à politicagem é inerente.

O teatro, por exemplo. Quando você vai ao teatro mais famoso, o Teatro Nacional, você provavelmente irá encontrar alguma peça de um dos artistas medíocres da Rede Bobo, ou um show do Caetano. E, é claro, como tudo em Brasília, a preços astronômicos e completamente fora da realidade do povo comum. Agora, belezas teatrais, como os Melhores do Mundo, que fazem você rir do começo ao fim, são relegados a teatrinhos risíveis, como o Teatro dos Bancários, na comercial da 314/315 Sul.

De museus nem se fala. Estão construindo agora o Museu Nacional ali do lado da Catedral, mas já posso até ver a arte que vai estar lá: coisas dessa era contemporânea cheia de influências da sociedade sistemática. Nada que valha a pena, no final das contas. Aliás, alguém sabia que existe um museu de arte de Brasília? Fica escondido, atrás do Blue Tree, perto da Concha Acústica, que, aliás, é outro lugar muito bacana que foi esquecido perto dos monumentos faraônicos.

Sinceramente, a cidade não valoriza o que deveria. Tudo bem, são construções que não se vê por aí, mas cá pra nós, isso não é motivo para estardalhaço. Ainda mais quando é controlado e habitado por pessoas que não valem mais do que um cone de trânsito (com perdão aos cones). Enquanto isso, as pessoas nem se preocupam em divulgar o que realmente é interessante, como shows culturais promovidos pelas embaixadas, por exemplo. Alguém já viu alguma propaganda de um show de dança e música promovido pela Embaixada da Índia? Eu, particularmente, só vi quando o adido daquele país convidou o pessoal que trabalhava comigo, na época em que eu ainda estava na Defesa. Agora, quando é show do Fatboy Slim, o pessoal fica em polvorosa.

Eu consigo contar nos dedos quantos lugares existem que eu tenha realmente prazer em ir, por aqui. E os cidadãos brasilienses (porque se você falar candangos o pessoal te enche de porrada) não querem nem saber disso. Afinal, para que ir a um museu de arte ou a uma peça teatral de alto nível se eu posso ir ao Píer 21, assistir a um filme no Cinemark e ver as menininhas com saias menores que a minha mão e com celulares que valem mais o que eu ganho em 5 meses?

Tuesday, January 24, 2006

Passado

O passado é outra das prisões cotidianas que mais afetam as mentes desajeitadas das pessoas rotineiras. Eu já tive a oportunidade de falar sobre o atraso que ele proporciona, mas agora quero dar mais ênfase. Clique aqui para ler o outro texto na íntegra.

Antes de começar, respondam-me uma dúvida: vocês pagam algo com o passado? Vocês utilizam passado nos estudos? O passado tá lá pra te apoiar quando você precisa? Pensem bem. "Alô? É da companhia aérea? Gostaria de comprar uma passagem. Quanto? Ah, sim, vou pagar com passado, por favor.". "Olha professor, eu não sei essa questão não, mas eu tenho um passado bacana.". "Estou triste, deprimido e suicida, mas eu tenho um bom passado.".

É bem verdade que o passado te traz algumas lições importantes, não sou tão ambicioso ao ponto de tirar o mérito delas. Mas viver de passado, usar o passado toda vez que se sente acuado, aí sim é uma coisa que me deixa bem perturbado. Nada me deixa mais constrangido do que uma pessoa vir me falar "Você era assim.". Eu ERA assim. E-R-A. Se eu mudei, é porque eu achei que era viável e necessário.

O passado ocupa um tempo precioso que deveria ser utilizado para outras coisas. Liberte-se dele, e deixe os historiadores cuidarem dele por você.

Tuesday, January 17, 2006

De volta

Após dois meses e nove dias, sinto-me novamente feliz em voltar a escrever. É um momento muito bom para mim, pois muita coisa mudou, desde conceitos até cotidiano. Tenho muitos motivos para sorrir.

Meu fim de ano não foi dos melhores, já que eu perdi meu primeiro parente próximo, no caso meu avô materno. Mas tenho certeza que ele cumpriu tudo que tinha que cumprir enquanto estava vivo, e agora tem seu descanso merecido.

Por fim, espero escrever textos muito melhores do que toda aquela ladainha que eu escrevi ano passado. Tentarei fazer o melhor possível. E vamo que vamo!