Tuesday, November 08, 2005

Pecados

Que dias há que n’alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.


À quem de interesse.

Hoje este espaço perdido no meio da selva internética completa 1 ano. Um ano das mais diversas situações, de altos e baixos, de teorias conspiratórias, piadas infames e contos bestas. Um ano que, talvez, deva ser lembrado para lições futuras, ou simplesmente esquecido como um passado sem utilidade.

O fato é que eu perdi o sentido do blog. Sim, você não leu errado. Não posso dizer que o blog perdeu seu sentido, seria ingenuidade de minha parte. Blogs não tem sentido fixo, são só textos espalhados pela internet. Eu que, por falta de bom senso, utilizava o blog para fins no mínimo egocêntricos.

Eu vejo blogueiros todos os dias, todas as horas, empregando esforços hercúleos para manter seus blogs sempre online e atualizados. Admiro-os pela coragem, mas não tenho a mesma vontade. Talvez eu seja fraco de espírito e simplesmente não tenha capacidade para tal feito. Isso vai da interpretação do leitor.

O fato é que um ano se passou. Um ano! Quem diria. Quando o Leo me mostrou esse negócio de blog, há 4 anos atrás, ainda no BlIG, eu nem imaginava que conseguiria escrever tanto. Coisas que surgiam em mesas de bar e se transformavam nas mais complexas e estranhas teorias.

Grande parte dos meus textos tiveram como assunto principal os relacionamentos. Não existe coisa mais instigante que a entropia humana, isso é um fato. Eu me arriscaria a dizer que a maioria esmagadora dos blogs atuais são dedicados a falar de relacionamentos, mesmo que não diretamente.

Eu tive os meus durante esse tempo, é bem verdade. Apesar de tudo, foram fermentados com a burrice que me é inerente. E, quando eu penso nessas idiotices, cretinices, burrices, ices, ices, ices, me dá uma vontade absurda de colocar a cabeça na privada e dar descarga. Mancadas que vão ser lembradas, afinal.

O fato é que não dei valor à quem me dava valor. Essas pessoas foram as que menos duraram comigo, coisa de um mês ou dois no máximo. E são essas as que eu mais lembro. Não sabem a tortura que é caminhar pela cidade e, subitamente, encontrar uma pessoa parecida, que tem a mesma face, ou o mesmo cabelo, ou o mesmo perfume. Difícil para caralho.

À essas pessoas, minhas sinceras desculpas. Afinal, blogues são para isso também: expor os sentimentos. E o meu sentimento com relação à essas pessoas não é nada além de arrependimento. Provavelmente farão piada quanto a isso, falarão "Quem mandou? Trouxa.", mas eu não me importo. É como eu sinto e ponto final.

As pessoas que eu dei mais valor, que eu dedicava meus esforços e meu amor para tentar manter-me ao lado, sequer me deram bola. Utilizavam de artemanhas e draminhas pífios (os quais eu deveria rir, mas me deixavam um tanto quanto preocupado) para tentar me afastar. E pior de tudo é que não foram uma, nem duas. Foram várias. Parece até que alguém lá em cima apontou o dedo para mim, quando eu nasci, e disse "Thiago, este será seu karma". E está sendo. Talvez grande parte disso se deva à minha ingenuidade, além do meu samaritanismo excessivo.

Enfim, à essas pessoas eu desejo sorte na vida. Não posso desejar nada mais para pessoas que eu estive junto por algum tempo.

E meus amigos? Meus amigos continuam meus amigos. Companheiros das horas fáceis e difíceis. E, se depender de mim, vão continuar sendo sempre. Não seria correto eu homenagea-los em um pequeno retângulo branco: eles são muito mais do que isso.

Não irei apagar esse blogue. Pode ser até que eu volte mais cedo do que eu pense. Afinal, já estou cansado de ver esse pessoal que diz que vai terminar o blogue porque não agüenta mais. Regra geral: sempre voltam.